Tv Thermas09 Jan 17

Thermas, a ‘fábrica’ de empregos e renda em Olímpia

Nos últimos seis anos, Olímpia experimentou crescimento de 2.100% no número de leitos destinados à atividade turística no município. A previsão é que nos próximos cinco anos a cidade tenha mais de 22 mil leitos, tendo em vista os empreendimentos em construção. Uma perspectiva favorável para o crescimento da Estância Turística e do desenvolvimento do setor.

Com isso, Olímpia, que tem 40% da população economicamente ativa, foi palco de um salto na empregabilidade nos últimos oito anos, gerado principalmente pelo turismo, que registrou, nesse período, alta de 130% nas contratações. As últimas informações sobre o setor dão conta de que 5,7 mil pessoas – o equivalente a 11% da população - estão direta ou indiretamente ligadas aos empreendimentos de alto padrão.

Se não bastasse esses números relacionados à mão-de-obra oficializada, agora começa a surgir um novo fenômeno em redor deste que foi eleito este ano o quinto clube mais visitado entre os do gênero no país: o emprego informal gerado pelo intenso movimento de carros nos períodos de alta temporada, como o que a cidade vive desde o mês passado.

O clube tem gerado renda para aposentados e entidades de assistência social. Esta nova realidade a reportagem do Planeta News flagrou esta semana, em visita à região mais ocupada por veículos nestes últimos dias: o entorno da Constitucionalistas de 32. Ali, começaram a surgir os estacionamentos pagos em terrenos vagos.

E pelo que o Planeta apurou, não se trata de agrupamentos de malandros ou pessoas mal intencionadas como se pode imaginar à primeira vista. A reportagem manteve contato, por exemplo, com um destes “estacionadores”, de prenome Pedro, mais de 70 anos, que decidiu ganhar um extra para engrossar a aposentadoria, estacionando veículos em terreno murado ao lado de sua residência.

A área não é dele, mas a proprietária não mora em Olímpia. Se tem ou não autorização pouco importa, já que não está causando nenhum dano ao patrimônio. “É um dinheiro que ajuda na aposentadoria, né, moço?”, disse ele. “Seo” Pedro cobra R$ 10 por veículo, para ficar o dia inteiro ou quantas horas o proprietário julgar necessário. “E eu garanto a segurança do carro. Garanto que nada aconteça. Não arredo o pé daqui”, disse ele, que montava guarda para cerca de sete carros estacionados ali.

Com seus 19 hotéis, dois hotéis-fazenda, quatro resorts, 61 pousadas e 365 casas de veraneio para receber os visitantes, algo de fato precisa ser feito para acomodar os milhares de veículos que para cá veem nesta época do ano.

Esta demanda também chamou a atenção do presidente da Associação Amigos da Zona Norte, instalada ali próximo, no Jardim Santa Ifigênia, que embora o nome indique uma entidade com fins políticos, descobriu se tratar de entidade que presta serviços de formação de jovens em várias atividades profissionais e de lazer.

Na manhã de quarta-feira, sob supervisão do “Gaúcho”, entre quatro a cinco jovens e adolescentes captavam e guardavam cerca de 30 veículos até àquela hora, em terreno que, segundo o presidente da entidade, fora cedido pelo proprietário, um empresário do ramo imobiliário em Olímpia, para que instalassem ali o “estacionamento”.

Abordado pela reportagem, “Gaúcho” disse que esta era uma boa oportunidade de auferir algum dinheiro para a entidade, que presta diversos serviços no atendimento a jovens e adolescentes em sua sede –dança, música, esporte, etc. “Isso para nós veio a calhar. Eu trabalho aqui com adolescentes e jovens atendidos pela instituição, todos voluntários”, explicou Gaúcho que, de moto, supervisionava o local. Tanto ele quanto os garotos garantiram seguro total aos veículos, que estacionaram ali por R$ 20, sem tempo determinado.

Além de ser considerado fonte de renda e de empregos, o setor turístico também é responsável por grande parte do giro de capital do município. O turismo injeta cerca de R$ 250 milhões por ano na economia olimpiense, incluindo gastos com alimentação, hospedagem, combustível e outras frentes relacionadas à estadia do visitante. Como os estacionamentos “informais”, por exemplo.